sábado, 23 de outubro de 2010

As sombras da noite não me deixavam ver teus olhos.


Mas eu ainda ouvia a tua voz. Ela diziam tudo aquilo que você queria ouvir de alguém um dia. E a gente caminhava ao lado, na escuridão. Ao lado, não junto. Um dia a gente entende a diferença entre caminhar junto e caminhar ao lado. Era só ao lado que você estava, por mais junto que eu estivesse. Mesmo se o destino for o mesmo, pode-se apenas caminhar ao lado. E, com você ao meu lado, eu confessei meu sonho ingênuo de ganhar uma caixa amarela. Veio o fim da noite e você se foi. Amanheceu a noite e você partiu. Anoiteceu o dia e você voltou. Disse que tinha um presente. Eu sorri e abri. Não abro tudo que eu sorrio, mas o teu embrulho eu abri. Olhei e era a tua caixa amarela, com teu desejo de torná-la minha. Era a caixa amarela. Tão feliz fiquei com ela. Amarela, tão bela. Só que então, nos demos a caixa e não soubemos como lidar com ela. Eu que queria a caixa, não sei mais viver sem quem era o dono dela. Veio o dia. Era dia e ele ainda dormia. Era dia e eu ainda esperava, ter um dia o que guardar na caixa.

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